Tuesday, October 13, 2009

Sinto, logo expresso.

Pq será que as pessoas falam coisas q não sentem? Pq será q “eu te amo” virou sinônimo de “te quero bem”, ou “gosto de você” virou sinônimo de “te acho tolerável”? Expressões de afeto carregam com elas sentindo, não diria sentido único, mas elas carregam sentido forte. A partir do momento q misturamos os sentidos das expressões elas começam a perder o seu valor. Falar “eu te amo” qdo não ama, não somente ilude a pessoa que está ouvindo, como descredita toda sinceridade da expressão.

Entendo perfeitamente q existem tipos diferentes de amor, mas clareza em expressar o tipo de amor também se faz necessário. Falar “eu te amo” para um amigo exige q todas suas outras atitudes sejam condizentes com o seu “status” de amigo, caso não seja... a expressão fica ambígua e pode rolar um ruído, desentendimento, na comunicação.

Te digo... isso me deixa bem confusa... pq será que é tão difícil achar coerência entre o que sentimos e o q expressamos? Será que não entendemos o real sentido das expressões e por isso trocamos? Ou será que estamos no hábito de falar não o q sentimos, e sim o q o outro quer ouvir?! Seja qual for a resposta, a conseqüência é que vivemos hoje num mundo de expressões forjadas. Os sentimentos, acredito q são autênticos (seja qual for) mas, infelizmente, não são eles que geralmente expressamos. Expressamos algo diferente, expressamos o q o outro quer ouvir para se sentir bem quisto, expressamos o q o outro quer ouvir para nos sentirmos bem quistos, expressamos para manipular afeto, sentimento, ações. Expressamos, muitas vezes, para não nos sentirmos sós, para garantir o carinho alheio.

Se usássemos as expressões de afeto erroneamente por pura ignorância, por falta de entendimento... creio q consideraria um erro perdoável. Ignorância é sempre perdoável. Ignorância também pode ser remediada. Basta ensinar o certo e pronto, o erro não mais incorrerá. No entanto, creio que na maioria dos casos o erro da troca de expressão não é por ignorância, e sim por insegurança. Medo de rejeição, medo de ficar só... “se te dou afeto, você se sente compelido a demonstrar afeto em retorno”. – aviso logo, isso funciona. Mas... isso também faz com que o afeto demonstrado seja passageiro e sem fundamento. Sem base em que possa crescer e fluir. Se falo que “amo” pelo simples fato de sentir carinho, amo muitos, isso não significa q vou investir em todos. Mas, se falo que “amo”, pq dentro de mim não existe palavras pra expressar o borbulho de emoções, afeto, vontade de estar junto, o entedimento que nem tudo é perfeito, mas ainda assim quero investir.... o sentimento é único. É expressado não para apaziguar o sentimento do outro, mas pela incontinência das minhas próprias emoções. Nesse caso, o investimento é certo. A sinceridade, autêntica. A expressão é equivalente à emoção.

Quero q fique claro q sou culpada também de expressar o que não sinto. Tento sempre remediar, mas às vezes caio no erro. No entanto, com relação a amor... há anos vivo pela regra de que não falo que “amo” a não ser que não exista nenhuma outra palavra no dicionário que possa expressar o q estou sentindo. Posso demorar meses até falar pela primeira vez... mas qdo falar, pelo menos EU sei q é autêntico. Mas quero saber que não somente minhas expressões são autênticas, quero saber que as q ouço tb são verdadeiras.

Escrevo hoje não com o intuito de apontar ou culpar... mas pra fazer refletir... como seria mais simples e mais genuíno viver num mundo em que expressões de afeto tivessem um verdadeiro sentido. Que maravilha poder falar de amor sem questionar se de fato é amor ou carinho. Ou falar de saudade, sem questionar se é saudade ou uma simples falta de uma rotina. Poder saber que qdo falo que não gosto, não é equivalente a não amar... ou que qdo falo que to chateada, não to falando q quero menos bem. Eu desejo palavras sinceras e expressões verdadeiras... você não?!

No comments:

Post a Comment