Todo mundo já teve ou tem um parceiro de crime. Alguém que na infância, adolescência ou até mesmo na vida adulta esteve sempre perto pros seus momentos mais sem noção. Que te acompanhou na hora de tocar a campainha e correr, ou que passou o maior perrengue contigo naquela viagem em que foram acampar pela primeira vez. Eu, particularmente, tive o privilégio de ter vários parceiros de crime. Como estou sempre de mudança, meus parceiros mudam de acordo com as mudanças q faço. Mas aos longos dos anos vim a descobrir q existem parceiros de crime q permanecem parceiros mesmo à distância, e que permanecerão juntos pela vida inteira. Mesmo q não estejam perto pra acompanhar tudo, de longe incentivam, riem, brigam, e vivem as emoções de cada momento sem noção passado.
Ontem estava conversando com uma das minhas parceiras favoritas e fui lembrada de algumas histórias q passamos juntas. Para contextualizar, a parceria entre nós duas era desigual. Ela era minha super parceira, no entanto, dado o estado “sem noção” da criatura, me tornei parceira-superego. Acompanhava seus crimes, mas tava sempre junto pra colocar limite na brincadeira. Sim, confesso que sou a parceira mais sem graça!!!! A castradora !!!! A tia que fala: “essa brincadeira vai dar em choro”. Mas alguém tinha q fazer! E se não fosse por mim, a criatura estaria hoje saindo pelas ruas com calças rasgadas, dormindo pelos bancos de praças a fora, passaria dias sentada na privada por comer porcaria pela rua e beber o q não pode ou pior, presa em algum lugar por destruição de propriedade pública! Devo explicar q ela não tem a intenção de fazer nada disso... mas uma coisa leva a outra... o filtro dela não funciona direito e... de repente... “ops, derrubei o muro” ou “hum.... aquele x-tudo com queijo de cheiro estranho tava tão bom”... não é intencional... é a falta de filtro! Q culpa tem ela se ela nasceu sem?!???!?
Enfim... estávamos conversando, como fazemos quase todos os dias, e fui lembrada de um dia em que minha falta de noção desencadeou uma falta de noção dela.
Morávamos juntas e um dia resolvi q queria fazer um bolo de chocolate! Ela me incentiou: “simmmmmmmmmm, eu voto sim sim sim pro bolo de chocolate!” Eu falei: “Demorô! Vou pegar a receita no site e vou fazer o bolo!”
Fui no site, enquanto ela estava deitada na sala assistindo televisão, e peguei a receita! Fui até a cozinha pra ver se tínhamos os ingredientes e voltei: “ih... não temos manteiga o suficiente!”
Ela: “Ahhhhhhhhhhhh”
Mas não me inibi, já tinha pensado numa alternativa!
Eu: “vê, mas não tem bolo q é feito com óleo de cozinha? A gente tem um bocado de óleo!”
Ela: “temmmmmm! Bolo de cenoura é feito com óleo!!!”
Eu: “Então, eu posso usar a manteiga e o q faltar eu uso o óleo!”
Ela: “Isso! Por isso q sou sua amiga!”
Eu: “tá, então vou no site só pra ver qual é mais ou menos a proporção de óleo quando se substitui a manteiga!”
Entrei no site, e obviamente não achei a informação que queria. Resolvi q seguiria a receita do bolo de chocolate e misturaria um pouco das medidas do bolo de cenoura! Pensei: sou brilhante! Palmas pra mim!
Fiz o bolo, coloquei os ingredientes, o óleo, a manteiga, chocolate, farinha, fermento, ovo, açúcar, bati (à mão, não tínhamos batedeira) e coloquei no formo.
40 min. A receita dizia 40 min.
Faltando uns 10 minutos pra tirar do forno, fui verificar minha obra de arte! O cheiro tava uma delícia!!!! Abri a porta do forno esperando um bolo fofo de chocolate, ia fazer uma calda de brigadeiro.... mas... meus planos foram por água abaixo qdo vi q o bolo estava solado. Não tinha crescido. Mas não somente estava ele solado como estava banhando numa poça de óleo! ECAAAAAAAAAAAAA!
No entanto, como todos sabem, a esperança é a ultima q morre, pensei: “ daqui q termine de cozinhar, o bolo absorve o óleo.” Passaram mais 10 minutos... nada do óleo ser absorvido. Mais 5 e neca! Tirei o bolo do forno.
Vem ela da sala: “ e aí?!”
Eu: “e aí nada! Solou e ficou meio nojento”
Ela: “ah... mas ta com cheiro bom.”
Eu: “pois eh... mas ta bizarro... q m...”
Ela: “amigaaaaaaa, mas o cheiro ta bom! Vou comer um pedaço.”
Eu: “tá... mas pega um pedaço pequeno pq deve estar óleo puro.”
Ela pegou um pedaço e comeu. Falou q tava bom. Desconfiei. Tive q provar. Peguei um pedaço... e verifiquei q não tava bom, tava com gosto de óleo! Deixei o bolo na cozinha e fui pra sala assistir televisão, frustrada.
Ela veio atrás, com mais um pedaço de bolo.
Terminou o pedaço, voltou e pegou mais um....
Terminou o terceiro pedaço e foi pra cozinha pegar outro. Já no quarto pedaço....eu me levantei! Super-ego em ação!
“isso vai te fazer passar mal.”
Ela: “mas ta bom”
Eu: “Não ta bom... ta com gosto de óleo!”
Ela: “eu achei bom.”
Eu: “não... não ta bom. Nada de você comer mais. Qq coisa a gente sai pra comprar um bolo decente”
Ela: “ta, parei. Não como mais.”
Eu: “pensa q me engana?! Eu sei q se eu deixar o bolo aqui vc vai comer! Nasci ontem por acaso?!
Ela só fez rir... sabia q era verdade.
Peguei meu bolo, a protesto dela... e joguei todo no lixo! Ela ficou arrasada... mas hoje confessa q se eu não tivesse feito, ela teria comido o bolo inteiro e passado uns 3 dias sentados na privada. To dizendo... ela não tem culpa de ter nascido sem filtro!
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Eu comenteiiiiiiiii... e não publicou... safadezaaaaaaaaa...rs....
ReplyDeleteE siiiiimmmmmmmm... eu preciso de um super-egooooooooo....rs